Oficinas dialogam com saberes ancestrais e formação de agentes culturais
Além do espetáculo, o projeto Rosas Negras propõe oficinas em todas as suas edições. Neste ano, serão ofertados dois eixos formativos com o objetivo de evidenciar, desestigmatizar e aproximar o público das casas de axé. O primeiro eixo será realizado por facilitadores de dentro do terreiro, com o objetivo de valorizar o saber ancestral e cultural desses espaços, como a culinária, o artesanato e a economia criativa. "Muito da cultura originada nos terreiros integra o dia a dia do povo baiano e fazem parte do nosso patrimônio cultural", destaca o produtor artístico do projeto, Ominjarê.
O segundo eixo é focado na formação de agentes culturais acontecerá como contrapartida do projeto em formato híbrido. Serão ministradas oficinas de Produção Cultural Negra nas Artes Cênicas com Ominjarê; Comunicação para Redes Sociais com Caroline Vilas Bôas e Estratégias de Acessibilidade para Projetos Culturais com Eurides Nascimento.
Todas as oficinas são gratuitas e qualquer pessoa que tenha interesse pode se inscrever para participar das aulas. De acordo com Ominjarê, com esses dois eixos a intenção é trocar e fortalecer o acesso a conteúdos culturais dentro dos terreiros. "Conhecimento é poder. Nossa intenção é engajar esses novos agentes a produzirem cada vez mais projetos que evidenciem a cultura negra, afro-brasileira e de terreiro"
O projeto ainda propõe a realização do bate-papo temático "Ipadê das Rosas Negras". Neste espaço, mulheres negras dos terreiros se reúnem para participar de discussões promovidas pela atriz Fabíola Nansurê, gerando debates atrativos e provocativos sobre as temáticas levantadas no espetáculo e propostas pelas ìyalorixás, como por exemplo o combate ao racismo, intolerância religiosa e ancestralidade afrodiaspórica.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.